Os venezuelanos estão correndo para resgatar caixas de ajuda humanitária de caminhões que pegaram fogo na fronteira entre Colômbia e Venezuela.
Uma grande nuvem negra paira sobre a ponte Francisco de Paula Santander enquanto os manifestantes passavam as caixas manualmente e as removiam dos veículos em chamas. De acordo com a emissora VPI TV, 10 pessoas ficaram feridas.
Fernando Flores, uma testemunha que se descreve como um parlamentar do Equador, disse que os guardas nacionais que agiam sob ordens de Nicolás Maduro incendiaram os caminhões quando cruzaram o território venezuelano.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, promete bloquear todas as remessas de ajuda, considerando-as um “cavalo de Tróia” cujo objetivo é preparar o caminho para uma intervenção militar estrangeira.
Maduro discursou na tarde de hoje (23) para apoiadores na capital Caracas. Em mais de uma hora de pronunciamento, Maduro criticou a ajuda humanitária oferecidas pelos país.
Ele classificou Juan Guaidó, autodeclarado presidente encarregado, de marionete do governo norte-americano” que quer intervir na Venezuela, para ter acesso à exploração de riquezas minerais disponíveis no país, como o petróleo”. O presidente atacou também os presidentes da Colômbia, Ivan Duque, e dos Estados Unidos, Donald Trump.
Sobre a operação de ajuda humanitária, Maduro classificou de “brincadeira de enganar bobo” e questionou a qualidade dos alimentos doados. “Comida podre para tentar tapar o rosto de intervenção militar dos Estados Unidos”, disse no ato, transmitido pelas redes sociais.
Um dos dois caminhões com ajuda humanitária enviado pelo Brasil e pelos Estados Unidos para a Venezuela cruzou a fronteira em Pacaraima (RR), neste sábado (23), e encontra-se em território venezuelano, conforme o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Maduro disse ainda que está disposto a comprar todos mantimentos que estão disponíveis em Boa Vista para doação à Venezuela. “Não somos mal pagadores e nem mendigos”, disse se referindo ao fornecimento de arroz, leite em pó, açúcar e até carne – os dois últimos alimentos não estão sendo enviados pelo Brasil.
Maduro atacou, por várias vezes, o presidente colombiano, Ivan Duque, e anunciou rompimento das relações com o país. Ele ordenou a saída dos diplomatas colombianos da Venezuela.
Nicolás Maduro reconheceu problemas, como fechamento de universidade e não pagamento de benefícios sociais, mas ressaltou que a Venezuela sofre com bloqueio econômico e que ainda assim dispõe de melhores indicadores sociais que em outros países da região. Ele ressaltou que é o presidente legítimo. “Dentro da Constituição, tudo. Fora da Constituição, nada”.
Ciberia // Agência Brasil / Sputnik News