No final do ano passado o uso medicinal da maconha foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e legalizado no Brasil.
A lei, que beneficia a saúde de milhares de pessoas que sofrem com doenças tão graves quanto epilepsia, mal de Parkinson, depressão ou enfrentam recuperação de tratamentos invasivos como a quimioterapia, não parece importar para perseguidores virtuais e até mesmo para as redes sociais, que recentemente bloquearam contas de diversos pesquisadores e profissionais ligados ao tema da cannabis medicinal.
Médicos, jornalistas e empresários do setor tiveram seus perfis bloqueados em redes como o Youtube, Facebook, Twitter, Instagram e mesmo WhatsApp a partir do início do mês de setembro.
O caso foi denunciado pelo blog Cannabis Inc., assinado pela jornalista Valéria França, que oferece notícias ligadas ao tema na Folha de São Paulo.
A reportagem conversou com a psiquiatra pernambucana Ana Hounie, que trabalha com maconha medicinal para casos extremos como Síndrome de Tourette e distúrbios psíquicos variados, e que costumava usar seu canal no Youtube para oferecer conhecimento sobre o tema através de aulas, seminários e vídeos em geral. Seu canal, no entanto, foi bloqueado, assim como o jornalista Marcus Bruno, também entrevistado para o Cannabis Inc., perdeu acesso a seu perfil no Twitter.
Inicialmente Bruno pensou se tratar de questão isolada, mas ao descobrir que outros profissionais envolvidos com o tema também foram bloqueados, concluiu se tratar de ação orquestrada – no caso do jornalista, provavelmente por grupos que se opõem à ao PL 399, que visa legalizar o cultivo da maconha medicinal no Brasil, já que esse é um tema sobre o qual Bruno realizava posts frequentes.
A maioria dos perseguidos perdeu anos de trabalho e pesquisa, e não obteve maiores explicações das próprias redes sociais sobre o motivo de terem sido bloqueados.
O próprio blog da Folha procurou as redes, mas não obteve resposta – a reportagem de Valéria França pode ser lida aqui.
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