Preço para voar em nave da Boeing será 60% mais caro do que na da SpaceX

(cv) SciNews

O inspetor-geral da NASA divulgou nesta quinta-feira (14) um relatório sobre o Programa Commercial Crew, com detalhes sobre os problemas técnicos enfrentados pelas empresas SpaceX e Boeing no desenvolvimento de suas espaçonaves – Crew Dragon e Starliner, respectivamente – e os custos de cada veículo.

Este programa da NASA tem como objetivo financiar as duas empresas para que elas desenvolvam veículos que levem astronautas norte-americanos à Estação Espacial Internacional (ISS). Ainda hoje, os EUA dependem das naves russas Soyuz, e por isso a agência espacial quer se tornar independente da antiga rival.

Foi a primeira vez que um relatório publicou os preços estimados de cada assento nas duas espaçonaves. Embora a Boeing tenha recebido mais dinheiro da NASA para o desenvolvimento de suas tecnologias, também foi a empresa que cobrou valor mais alto para cada astronauta dentro da sua nave: US$ 90 milhões, contra US$ 55 milhões cobrados para voar na Crew Dragon da empresa de Elon Musk.

Mais “curioso” ainda é que o preço da Boeing também é mais alto que o valor cobrado pela Roscosmos (a agência espacial russa) para que a NASA envie seus astronautas à ISS na Soyuz. Em média, a NASA pagou à Roscosmos US$ 55,4 milhões por assento, sendo que, desde 2017 o preço dos russos subiu para uma média de US$ 79,7 milhões.

Além dos preços por assento, o relatório do inspetor-geral Paul Martin também observa que a Boeing recebeu da NASA um total de US$ 4,82 bilhões, em comparação com US$ 3,14 bilhões concedidos à SpaceX. De acordo com vários funcionários da NASA que conversaram com Martin, a Boeing pressionou a agência espacial por financiamento adicional, ameaçando até mesmo se retirar do Programa Commercial Crew.

Após “negociações prolongadas”, a Boeing ofereceu alguns benefícios à NASA, como tempos de entrega reduzidos e uma cadência variável de lançamentos. A agência espacial concordou em pagar US$ 287,2 milhões adicionais por quatro das missões tripuladas, que provavelmente voarão no primeiro semestre de 2020, mas “sem oferecer oportunidades semelhantes à SpaceX”, declara o relatório.

Um porta-voz da Boeing negou que a empresa ameaçou encerrar sua participação no programa. “A Boeing fez investimentos significativos no Programa Commercial Crew e estamos totalmente comprometidos em pilotar o CST-100 Starliner e manter a Estação Espacial Internacional totalmente tripulada e operacional”, disse.

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