A Coreia do Norte afirmou no início desta semana que a qualquer momento pode começar uma guerra nuclear na península coreana.
A afirmação é do número dois da representação diplomática da Coreia do Norte nas Nações Unidas (ONU), que frisou: uma guerra nuclear na península coreana “pode começar a qualquer momento”.
Kim In Ryong afirmou na comissão para o Desarmamento da ONU que a Coreia do Norte é o único país do mundo que foi sujeito a uma “extrema e direta ameaça nuclear” dos Estados Unidos desde os anos 1970, adiantando que o país tem o direito de possuir armas nucleares para se defender.
O diplomata apontou para os exercícios militares em larga escala feitos pelos EUA, usando “ativos nucleares”, e acentuou que o mais perigoso seria um plano norte-americano para montar “uma operação secreta a fim de remover a liderança suprema” norte-coreana.
Este ano, afirmou Kim, a Coreia do Norte “se tornou um poder nuclear, que possui capacidade de projeção com vários alcances, incluindo a bomba atômica, a bomba de hidrogênio e mísseis balísticos intercontinentais”, acentuando que “a totalidade do território continental dos EUA” está ao alcance da Coreia do Norte.
“Se os EUA ousarem invadir nosso território sagrado não escaparão do nosso castigo severo em qualquer parte do mundo“, assegurou.
Por outro lado, os EUA não descartam a possibilidade de dialogar diretamente com a Coreia do Norte, apesar do atual contexto de tensão.
O subsecretário de Estado norte americano, John J. Sullivan, defendeu assim a via diplomática para resolver a crise na região, após se reunir com seu homólogo nipônico durante o segundo dia da sua visita ao Japão, integrada em uma viagem asiática baseada na questão norte-coreana.
“Ainda estamos centrados em elevar a pressão sobre a Coreia do Norte, não descartamos a possibilidade de conversas diretas“, afirmou Sullivan, depois do encontro com o vice-ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Shinsuke Sugiyama, em declarações à emissora estatal NHK.
“O nosso ênfase está na diplomacia para resolver o problema. Não obstante, devemos estar preparados para o pior, juntamente com nossos aliados, Japão e Coreia do Sul, entre outros, caso a diplomacia falhe”, acrescentou o subsecretário dos Estados Unidos.
As declarações reafirmam a recente aposta no diálogo da administração liderada por Donald Trump, antes da próxima viagem asiática do presidente, depois de Washington e Pyongyang terem trocado ameaças no mês passado.
Trump, que visitará a Coreia do Sul, o Japão e a China, assegura que continua à procura de uma solução diplomática antes de optar pela via militar, assim como afirmou no fim de semana o seu secretário de Estado, Rex Tillerson, em uma entrevista televisiva.
Pequim insistiu na necessidade de negociações diretas entre Washington e o regime liderado por Kim Jong-un para resolver a situação, ainda que tanto os Estados Unidos como o aliado Japão tenham rejeitado a via diplomática caso Pyongyang não renuncie ao desenvolvimento de mísseis balísticos e bombas nucleares.
Ciberia // ZAP