A polícia israelense prendeu esta semana em Jerusalém um homem acusado de ter mantido dezenas de mulheres e crianças em cativeiro. Essa é a segunda vez que esse judeu ortodoxo, que se apresentava como rabino, é detido pela mesma razão.
Aharon Ramati dirigia o “Beer Miriam”, uma instituição apresentada como um “seminário para mulheres”, no centro de Jerusalém. O homem de 60 anos foi preso com oito mulheres suspeitas de cumplicidade no caso.
Segundo a polícia, a entidade acolhia 50 pessoas que viviam em um espaço minúsculo, sem condições sanitárias básicas. Ainda de acordo com as autoridades locais, as mulheres eram afastadas de suas famílias e punidas por cada transgressão às regras restritas impostas por Ramati. Muitas delas chegavam ao “seminário” com filhos pequenos e as crianças eram colocadas frequentemente em situação de isolamento no complexo residencial.
Algumas das mulheres trabalhavam, mas os empregos tinham que ser previamente aprovados pelo diretor de seminário. Em muitos casos, os salários eram pagos diretamente ao líder religioso, o que para os policiais confirma as “condições de escravidão”.
A imprensa local acompanhou a prisão de Ramati e em vídeos na internet ele aparece sendo levado pela polícia. Apesar das algemas, o líder religioso não foge das câmeras e esboça um sorriso ao responder às perguntas dos jornalistas.
Ramati já havia sido preso em 2015 sob o mesmo tipo de acusação, mas foi libertado após várias mulheres que faziam parte de sua organização terem testemunhado a seu favor.
// RFI