Nesta quarta-feira (24), o vulcão Mayon, nas Filipinas, expeliu lava e cinzas em duas novas erupções. O número de pessoas retiradas da zona do vulcão já superou as 60 mil, frente à ameaça de uma explosão mais potente.
O Mayon amanheceu nesta quarta com uma primeira erupção às 6h02 locais (20h02 em Brasília), que provocou rios de lava abundantes e uma coluna de gases e cinzas de três quilômetros de altura.
Quatro horas depois, seguiu-se uma segunda erupção de magnitude semelhante, acompanhada de fortes estrondos, disse à EFE Winchelle Sevilla, da agência vulcanológica das Filipinas, que advertiu para o risco de erupções mais potentes nos próximos dias.
O vulcão mais ativo das Filipinas está em atividade há dez dias, mas as explosões têm sido mais frequentes desde o início desta semana.
As autoridades já aumentaram o nível de alerta de 3 para 4 (em uma escala que vai até 5), por considerarem possível uma erupção perigosa nas próximas horas ou dias. A zona de exclusão foi também ampliada a um raio de oito quilômetros em volta da cratera.
Segundo a agência vulcanológica, os rios de lava expelidos desde a cratera superam três quilômetros de longitude e o fluxo piroclástico, fragmentos de materiais heterogêneos arrastados, alcança cinco quilômetros de distância.
No total, 60.821 pessoas de 16.326 famílias que residiam na zona de perigo foram retiradas e a maioria se encontra em cerca de 30 abrigos da região, segundo dados do gabinete de proteção civil da província de Albay. “Temos pedido às pessoas que não regressem à zona de perigo sob nenhum pretexto”, disse um responsável.
O recente despertar do Mayon causou medo de que se repita a trágica explosão do vulcão Pinatubo, a noroeste de Manila, em 1991, a segunda maior do século passado e que causou cerca de 850 mortos e mais de 1,3 milhões de desabrigados. Nos últimos 30 anos, o Mayon entrou em erupção outras cinco vezes.
No entanto, especialistas da agência filipina já acalmaram os cidadãos, afastando a possibilidade de o Mayon ter uma erupção tão potente como a do Pinatubo.
Com 23 vulcões ativos, o arquipélago filipino assenta sobre uma zona de intensa atividade sísmica e vulcânica conhecida como o chamado “Anel de Fogo do Pacífico“, que se estende da costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão e pela Indonésia, entre outros países.
Ciberia, Lusa // ZAP