A velha teoria da conspiração que especulava que John F. Kennedy foi morto a tiro por um segundo atirador que estaria no infame “monte relvado” foi finalmente posta de lado.
O presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, foi assassinado no dia 22 de novembro de 1963, quando seguia numa caravana presidencial em Dallas, no Texas.
Os resultados de uma nova análise de um vídeo do tiroteio, publicada na revista Haliyon, apoiam as descobertas oficiais da autópsia: John F. Kennedy sofreu um ferimento de bala causado pelo mesmo tipo de espingarda que a de Lee Harvey Oswald, disparada das imediações do prédio do Texas School Book Depository, localizado atrás da caravana presidencial, no momento do assassinato.
Lee Harvey Oswald foi preso imediatamente após o tiroteio. Mas, uma popular teoria da conspiração garante que John F. Kennedy foi, na realidade, baleado de um local diferente: um monte gramado.
O autor do estudo e investigador principal da IMSG Inc., Nicholas Nalli, se interessa pelo assassinato desde criança, e acredita que ainda é digno de uma investigação profunda, mesmo depois passado tanto tempo. “Os arquivos secretos de JFK foram publicados recentemente e o destino de alguns será decidido em breve”, afirmou.
“Por causa da quantidade de notícias atuais que não são baseadas em fatos, o estudo mostra que uma investigação científica exaustiva pode fazer a diferença. Penso que a questão é tão relevante hoje como era há quase 55 anos“, destacou.
Há várias filmagens do incidente, mas uma em particular mostra o tiroteio em detalhes. O filme de Abraham Zapruder mostra a cabeça do presidente norte-americano se movendo para trás e para a esquerda, fazendo com que Nalli percebesse que isso aconteceu devido a um efeito de retrocesso.
Mas Nalli notou também que os observadores haviam omitido um aspecto vital: a pressão da cabeça no momento do impacto fatal da bala. Através do uso da mecânica clássica, os investigadores notaram que o clique frontal da cabeça, visível no filme de Zapruder, fornece a prova de que John F. Kenedy foi baleado na cabeça por trás.
“Em vez de ignorar esse fato, como a maioria dos autores, decidi estudá-lo e modelá-lo explicitamente”, disse Nalli. Assim, o investigador desenvolveu um modelo de dinâmica de tiro unidimensional para explicar os movimentos observados na gravação.
O modelo faz cálculos explícitos do clique frontal que ocorreu antes da cabeça do presidente se mover para trás e para a esquerda após o disparo. O modelo usa parâmetros conhecidos da cena do crime, incluindo a massa da bala, a velocidade e o diâmetro, a frequência do obturador da câmera e detalhes da autópsia.
Essa foi a primeira vez que esse pormenor do caso foi considerado exaustiva e quantitativamente. Os cálculos mostram que as reações de Kennedy após o disparo são consistentes fisicamente com a ferida da bala causada por uma espingarda militar Carcano de alta energia – uma arma que era de Lee Harvey Oswald.
O tiro foi disparado da vizinhança do prédio do Texas School Book Depot, onde Oswald trabalhava, localizado atrás da caravana presidencial.
Embora os achados não descartem completamente uma conspiração, refutam as teorias mais conhecidas de que o tiro mortal foi disparado desde o infame “monte relvado”. Além disso, é posta de lado a ideia de que o filme de Zapruder é uma conspiração.
“Descobri que o filme de Zapruder mostra o presidente Kennedy sendo baleado por trás, e não do infame monte gramado, corroborando as descobertas oficiais da autópsia: essa é a única ‘arma fumegante’ no filme”, destacou o investigador.
Os modelos apresentados no estudo, apesar de terem sido desenvolvidos para serem aplicados ao assassinato do presidente norte-americano, poderiam ter aplicações mais amplas: os princípios físicos subjacentes poderiam formar uma base conceitual básica para entender os mecanismos envolvidos em dinâmicas similares.
Ciberia // ZAP