As primeiras Olimpíadas Biônicas na história (Cybathlon), começam este sábado (08) na cidade suíça de Zurique.
As Cybathlon são competições internacionais para atletas deficientes em cadeiras de rodas autopropulsionadas com uso de tecnologias biônicas e dispositivos hi-tech, como, por exemplo, exoesqueletos e neuro-controladores – os verdadeiros “ciborgues da vida real”.
Também serão realizadas competições virtuais de ciclistas usando estimulação elétrica neuromuscular e interfaces cérebro-computador (ICC).
O evento visa mostrar como os participantes enfrentam os desafios da vida cotidiana. As medalhas serão entregues aos esportistas vencedores e aos fabricantes das tecnologias.
O autor da ideia é Robert Riener, professor de Sistemas Motrizes Sensoriais da Escola Politécnica Federal de Zurique, a famosa ETH.
“A alguns anos atrás, eu li um artigo sobre um homem que subiu uma escada no prédio Willis Tower, em Chicago, usando uma perna prostética motorizada. Isso me inspirou a pensar sobre um evento similar que poderia acontecer aqui na Suíça”, diz Riener.
As primeiras Olimpíadas Biônicas juntaram 74 atletas de 25 países, incluindo uma delegação do Brasil, constituída por pesquisadores da Universidade de Brasília, e que é a única equipe latino-americana classificada para a primeira edição da Cybathlon.
O grupo brasileiro faz parte de um projeto da UnB, o Empowering Mobility and Autonomy (EMA), voltado para o desenvolvimento de tecnologias que auxiliam na mobilidade e autonomia de pessoas com dificuldades motoras.
Através de tecnologias de estímulo elétrico funcional, os pesquisadores desenvolveram a chamada EMA Trike, uma espécie de triciclo adaptado para que pessoas com lesões medulares possam pedalar com as próprias pernas.
A Trike é conduzida por Estevão Lopes, que ficou paraplégico após ser vítima de uma bala perdida. Lopes é praticante de vela adaptada, canoagem e halterofilismo, e foi escolhido para representar o Brasil na Suíça após uma série de testes realizados no Cetefe.
“Desde que comecei a treinar com a Trike, ganhei quase dez centímetros no diâmetro da coxa. A qualidade da minha circulação e o aspecto da pele estão melhores também”, diz o ciclista, em declaração publicada no site da UnB.
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