Um grupo de cientistas franceses anunciou a descoberta de dois vírus desconhecidos no Brasil que, pela sua complexidade genética e tamanho, desafiam a ideia atual que a ciência tem sobre esse tipo de micro-organismos.
As duas novas estirpes aquáticas foram batizadas de Tupanvirus, em homenagem ao deus do trono Tupã, da mitologia guarani, depois de terem sido encontradas em um lago de águas alcalinas e no oceano profundo.
Esses vírus não são apenas os maiores já encontrados, mas também os que produzem a maior quantidade de proteína de todos os descobertos até hoje.
As estirpes de Tupanvirus podem alcançar até 2,3 micrômetros de comprimento, dispõem de 1,5 milhão de pares de DNA e são capazes de sintetizar até 1.425 tipos de proteínas.
Os dois vírus gigantes pertencem à família dos Mimiviridae. Até agora, os cientistas acreditavam que os exemplares desta família não eram capazes de sintetizar proteínas e, assim, produzir a própria energia.
Mas a complexidade genética dos Tupanvirus desafiou esse limite teórico, devido ao fato de ambos os organismos serem capazes de reparar, replicar, transcrever e traduzir o próprio DNA.
“Com a descoberta desses supervírus, vimos que esses genes podem estar presentes em genomas virais”, de acordo com um dos autores do estudo – publicado esta semana na revista Nature Communications –, Jônatas Abrahão. “Essa característica muda a noção que tínhamos da distinção entre um vírus e organismos formados por células”, declarou.
Ciberia // ZAP