Mark Zuckerberg não parece muito contente com as denúncias e discussões políticas que têm surgido em fóruns e redes internas de funcionários do Facebook.
De acordo com relatos da imprensa internacional, em encontro com eles nesta semana, o CEO da companhia afirmou que há um plano em andamento para controlar a forma como estas conversas acontecem, de forma que o debate seja incentivado, mas sem que outros colaboradores tenham que encarar tais questões durante o expediente sem que desejem fazer isso.
O foco, apontam reportagens da CNBC e do The Wall Street Journal, seriam temas polarizadores e questões sociais complexas, que seriam acompanhadas de perto. Segundo Zuckerberg, isso envolveria uma indicação de quais partes da ferramenta interna da empresa podem receber tais papos e, também, uma moderação “cuidadosa” das conversas, quando ocorrerem.
O objetivo, afirmou, seria explorar maneiras de preservar a cultura aberta da companhia e a liberdade dos colaboradores no ambiente de trabalho, com mais detalhes sobre as novas regras sendo revelados aos trabalhadores na próxima semana.
Além disso, Zuckerberg teria demonstrado seu suporte às minorias que trabalham na rede social, com o conjunto de novas normas, também, sendo idealizado para que elas se sintam mais seguras para denunciarem abusos. O pedido é que as conversas continuem acontecendo de forma profissional e respeitosa, principalmente no que toca temas sensíveis que envolvem o dia a dia de trabalho e o lide da rede social com questões externas.
A imprensa internacional aponta que as medidas não chegam por acaso. Não seria uma coincidência que, apenas nas duas últimas semanas, dois colaboradores do Facebook vieram à público com documentos publicados na rede interna da empresa, criticando a inação da plataforma diante de discurso de ódio, manipulação política e publicação de fake news, com impactos na política e na sociedade reais.
Comentando o assunto, o executivo de comunicações corporativas do Facebook, Joe Osborne, não relacionou as situações, mas disse que os novos princípios seguem indicações dos próprios colaboradores, que apoiam as discussões políticas mas desejam ter a opção de participar ou não delas no ambiente de trabalho. A ideia, afirma ele, é criar uma política que seja respeitosa e inclusiva, de acordo com os valores da companhia sobre a livre expressão.
Ele aponta, também, que as normas seguem tendências do mercado de tecnologia e ideias semelhantes estão sendo aplicadas em outras empresas do setor.
Osborne não falou sobre como tais regras poderiam coibir denúncias sobre o funcionamento da plataforma, afirmando apenas que novos detalhes devem ser liberados na próxima semana e que a ideia é manter os valores da rede social de pé, garantindo a liberdade dos colaboradores e, também, um ambiente de trabalho acolhedor.
// Canaltech