Einstein estava errado. Não há gravidade nem matéria escura

O pesquisador holandês Erik Verlinde defende que a gravidade não é uma força fundamental da natureza, é apenas uma ilusão, porque “nem sempre está lá” – e a matéria escura simplesmente não existe.

Todos estamos familiarizados com o conceito de gravidade, desde os tempos da escola.

A maneira como os físicos a descrevem também tem sido a mesma há muitos anos: a gravidade é considerada uma das quatro principais forças ou “interações” da natureza, e seu funcionamento foi descrito pela teoria da relatividade geral de Albert Einstein em 1915.

Porém, o professor Erik Verlinde, especialista em teoria das cordas da Universidade de Amsterdã e do Instituto Delta de Física Teórica, está desafiando algumas informações amplamente aceitas como verdades.

Segundo Verlinde, a gravidade não é uma força fundamental da natureza, porque nem sempre está lá. Em vez disso, ela é “emergente” – vindo à existência a partir de mudanças nos bits microscópicos de informação na estrutura do espaço-tempo.

Polêmico

Verlinde articulou esta teoria primeiramente em um artigo publicado em 2010, no qual ele examinou as leis de Newton e argumentou que a gravidade é “uma força entrópica causada por mudanças na informação associada com as posições dos corpos materiais”.

Na época, ele declarou que “a gravidade é uma ilusão“. Mais tarde, explicou que a gravidade não é uma ilusão no sentido de que sabemos que as coisas caem.

Entretanto, enquanto podemos descrever a gravidade perfeitamente usando a relatividade geral, também podemos formular situações onde não há gravidade no começo, mas você pode derivá-la.

O físico holandês publicou mais um trabalho recentemente, no qual argumenta ainda que não existe “matéria escura” – o misterioso tipo de matéria que seria responsável por quase 27% da massa do universo.

Sem dúvida, é desconcertante cientificamente dar tanta importância a uma substância que nunca foi detectada diretamente. Sua existência só foi inferida através de efeitos gravitacionais.

A existência da matéria escura parece explicar muitas coisas no universo, por exemplo, porque as estrelas nas regiões mais exteriores do espaço parecem girar mais rapidamente em torno do centro de sua galáxia do que as teorias sugerem que deveriam fazer.

O que Verlinde propõe é que a gravidade simplesmente funciona de maneira diferente do que nós a entendemos, e que criar o conceito de matéria escura é irrelevante.

Usando sua nova teoria, ele foi capaz de prever a velocidade das estrelas da borda externa do universo e sua “gravidade excessiva”.

“Temos evidências de que esta nova visão da gravidade realmente se encaixa com as observações”, disse Verlinde, citado pelo Big Think. “Em grandes escalas, ao que parece, a gravidade simplesmente não se comporta da maneira que a teoria de Einstein prevê”.

Uma grande vantagem do trabalho de Verlinde é que ele nos deixa mais próximos de conciliar a física quântica com a relatividade geral.

“Muitos físicos teóricos como eu estão trabalhando em uma revisão da teoria, e alguns avanços importantes foram feitos. Podemos estar à beira de uma nova revolução científica que vai mudar radicalmente as nossas opiniões sobre a própria natureza do espaço, tempo e gravidade”, afirmou.

(dr) Minnhagen / Deviant Art

Ei, Albert, olha aí que não há gravidade

Ei, Albert, olha que a gravidade não existe!

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