Só o FBI conseguiu resolver o mistério da múmia egípcia decapitada

Museum of Fine Arts, Boston, USA

A cabeça decapitada da múmia do governador egípcio Djehutynakht (2010–1961 antes de Cristo).

Cientistas forenses do FBI ajudaram a resolver um mistério com mais de um século, envolvendo uma múmia egípcia com 4 mil anos, encontrada mutilada, com a cabeça decapitada. Tudo graças às novas técnicas de sequenciação genética.

A múmia egípcia foi encontrada mutilada numa necrópole em Deir el-Bersha, no Egito, durante escavações realizadas em 1915. Os arqueólogos se depararam com a cabeça decapitada num canto do túmulo, e com o torso desmembrado no outro lado.

Uma situação que foi provocada por um saque ao túmulo e que levou os ladrões a incendiarem o local, para não deixarem pistas de sua passagem, conforme concluíram os pesquisadores, segundo reporta o New York Times.

O túmulo pertencia a um governador do Reino do Egito Médio chamado Djehutynakht, que viveu entre 2010 e 1961 antes de Cristo. Mas nos últimos 100 anos, muitas teorias surgiram em torno de quem seria a múmia da cabeça decapitada, se do próprio Djehutynakht ou de sua mulher, que poderia ter sido enterrada no mesmo local.

O fato de a cabeça ter sofrido alterações profundas durante o processo de mumificação, com a retirada de vários ossos da mandíbula e da face – presumivelmente para permitir que o morto fosse alimentado na vida depois da morte –, nunca permitiu identificar se tratava-se de um indivíduo do sexo masculino ou feminino.

O mistério só foi desvendado com a intervenção do FBI. Cientistas da autoridade de investigação criminal dos EUA conseguiram extrair DNA da múmia e concluíram que se trata de um homem. Assim, será muito provavelmente Djehutynakht.

No artigo científico publicado na revista Genes, os cientistas contam como perfuraram um dente molar que tinha sido extraído da cabeça mumificada em 2009, e como conseguiram, assim, recolher 105 miligramas de poeira dentária.

O pó do dente foi exposto a uma mistura líquida elaborada para copiar e amplificar o DNA existente na amostra.

Para confirmar os resultados, para ter a certeza de que o DNA é da múmia antiga e não fruto de contaminação moderna, uma parte do dente foi enviada para um laboratório na Universidade de Harvard, e outra para o Departamento de Segurança Interna dos EUA, para sequenciação genética adicional.

E os primeiros resultados foram confirmados, com a certeza de que o DNA é da múmia.

No ano passado, outro estudo similar permitiu desvendar o mistério dos “dois irmãos” com 4 mil anos, graças também a técnicas avançadas de sequenciação genética, em uma das primeiras análises de genoma de antigas múmias egípcias.

Ciberia // ZAP

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