Graças a dois drones foi possível filmar os chamados “unicórnios do mar”, os narvais, uma espécie de baleia caracterizada por uma presa na cabeça cuja função era um verdadeiro mistério. Até agora.
Filmagens efetuadas por dois drones em Tremblay Sound, na costa do nordeste do Canadá, revelam que o unicórnio dos narvais é usado para empurrar e atordoar os peixes, o que os torna presas fáceis.
Os animais desta espécie de baleia, que vive nas águas frias do Ártico, entre a Groenlândia, o Canadá e a Rússia, são conhecidos como “unicórnios do mar”, precisamente por essa característica fisiológica única entre estes grandes mamíferos.
Contudo, a função desta presa, que pode chegar a ter mais de 3 metros de comprimento, era um mistério.
No vídeo captado nas águas do Canadá, onde vivem 90% dos narvais existentes, estes “unicórnios marinhos” são vistos imobilizando bacalhau com as presas que se assemelham a um chifre.
Além desta função, os narvais poderiam ainda usar os unicórnios para outros fins, como armas e picaretas de gelo, como forma de seleção sexual ou como ferramenta de ecolocalização, consideram os especialistas da área.
Marianne Marcoux, pesquisadora do Fisheries and Oceans Canada, o departamento do Governo canadense que gere as pescas, os oceanos e os recursos aquáticos do país, explica na National Geographic que as presas dos narvais funcionam, basicamente, como um dente canino que contém milhares de terminações nervosas que lhes permitem sentir movimentos na água em torno deles.
“Eles podem sentir seus arredores de forma similar ao que o dente partido de um ser humano teria sensações”, destaca Marcoux. São, assim, sobretudo, órgãos sensoriais.
Os narvais não têm dentes no interior da boca e usam a sucção para engolir suas presas inteiras.
O vídeo, considerado particularmente extraordinário porque está em causa uma espécie muito “tímida”, mostra também os narvais se alimentando em águas de verão, o que é muito relevante em termos de estratégia de conservação destes animais, uma vez que se acreditava que eles se alimentavam exclusivamente em águas de inverno.
// ZAP