Grande parte da vida de Genghis Khan permanece ainda um mistério, mas um novo estudo de pesquisadores da Austrália e Mongólia fornece novos dados sobre sua época.
Genghis Khan, que teria vivido entre 1162 e 1227, fundou aquele que foi o maior império do mundo – o Império Mongol.
Em estudo publicado na edição de junho de 2020 da revista científica Archaeological Research in Asia, pesquisadores da Austrália e da Mongólia reanalisaram ossos e dentes de animais antes encontrados por arqueólogos mongóis e japoneses no sítio arqueológico de Avraga (Mongólia).
Os arqueólogos suspeitavam que Avraga podia ter sido o habitual acampamento de inverno de Genghis Khan.
Para comprovar essa teoria, a equipe liderada por Jack Fenner recorreu à datação por radiocarbono dos artefatos anteriormente coletados.
Datação por radiocarbono
Mas, em virtude de a datação por radiocarbono poder ser imprecisa, atingindo facilmente diferenças entre 15 a 20 anos – e mesmo entre 50 a 75 anos caso não se tenha em conta a concentração atmosférica de carbono – os cientistas tiveram de desenvolver seu próprio método.
“O que fizemos foi tirar uma série de dados de radiocarbono da localização. Isso nos possibilitou então recorrer a uma ferramenta estatística para projetar quando o lugar foi primeiro ocupado e depois abandonado “, afirmou Fenner.
e seguida, a equipe procurou apurar a probabilidade de o lugar ter sido usado durante o tempo de Genghis Khan.
“A datação coincidiu muito de perto com o período da vida de Genghis Khan”, afirmou Fenner à ABC Australia.
“Não é uma ciência exata, mas a sobreposição [de datas] é tal que é muito provável que tenha sido ocupado pela primeira vez durante sua vida e tenha sido abandonado [depois] ou dentro de algumas décadas [após sua morte]”, acrescentou Fenner.
“A análise de isótopos de carbono, nitrogênio, oxigênio e estrôncio de ovinos, caprinos, bovinos, bem como de ossos e dentes de cavalo forneceu uma visão sobre a utilização do gado durante o império, e também nos deu uma base melhorada para avaliar dados de isótopos de restos humanos na região”, indica o estudo.
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