O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, alertou para o risco de bolha no mercado de moedas virtuais. “Moedas virtuais do jeito que estão hoje com essa subida vertiginosa, onde não há lastro, não há ninguém para regular, levam a um risco tal que o Banco Central emitiu um comunicado alertando para os riscos”, disse o presidente, em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (13).
Ele destacou que essas moedas têm atualmente duas funcionalidades. Uma delas é comprar para vender na frente com a alta. “É uma bolha, uma pirâmide”, disse. A outra “funcionalidade” é usar como instrumento de atividade ilícita. “Usar as moedas virtuais não isenta da pena, da punição”, alertou.
O interesse crescente dos agentes econômicos pelo uso das chamadas moedas virtuais levou o Banco Central a divulgar comunicado, em novembro, sobre o risco desse tipo de moeda, que, além de não ser emitida, não tem a garantia de qualquer autoridade monetária.
De acordo com o BC, as moedas virtuais podem também não ter a garantia de conversão para moedas soberanas, como, por exemplo, a libra esterlina, e “tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores”. “Seu valor decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor”, diz o comunicado.
Bitcoin
A cotação da moeda virtual bitcoin superou no dia 29 de novembro, pela primeira vez, a barreira de US$ 11 mil, em meio a temores de que a sua bolha exploda, fazendo com que o seu preço, que multiplicou por dez em menos de um ano, despenque.
De acordo com a EFE, uma bitcoin estava cotada a US$ 11.186,29 poucas horas depois de ter superado a barreira de US$ 10 mil, uma progressão que disparou os temores de que os investidores estejam superestimando o valor da criptomoeda.
Na ocasião, o vice-governador para a Estabilidade Financeira do Banco da Inglaterra, Jon Cunliffe, ressaltou que uma eventual queda da cotação da bitcoin representaria um risco leve para a economia global, embora possa ser um grande perigo para as pessoas físicas que investiram nela.
Ciberia // Agência Brasil