Linguagem anti-animal: PETA quer acabar com o pau e atirar peixe ao gato

E se fosse proibido dizer “agarrar o touro pelos chifres”? A associação de defesa dos animais PETA quer eliminar da linguagem cotidiana expressões que ofendem várias espécies, dando como alternativas expressões pet-friendly.

Há várias expressões que envolvem animais usadas, muitas vezes inconscientemente, no nosso cotidiano. “Agarrar o touro pelos chifres” ou “matar dois coelhos com uma cajadada só” são exemplos comuns de como invocamos expressões animalescas em vão. Seria um pecado?

Para a associação não-governamental de defesa dos animais, sim. A PETA considera que esse tipo de expressão e ditado são pouco simpáticos aos animais e, por esse motivo, pretende acabar com eles – ou matá-los com uma cajadada só.

A organização compartilhou sua intenção no Twitter, destacando que “as palavras importam” e que a linguagem também deve evoluir, acompanhando a evolução da compreensão da justiça social. Por esse motivo, a associação apresentou algumas alternativas a expressões comuns em inglês para evitar usar “linguagem anti-animal”.

“As palavras importam. E à medida que nosso entendimento de justiça social evolui, nossa linguagem evolui também. Vejamos como podemos remover o especiesismo das nossas conversas diárias”, escreveu a PETA em um tuíte que rapidamente se tornou viral, dividindo as reações em três extremos: contestação, humor e manifestações de apoio.

Há alguns ditados que têm correspondência para português. A PETA sugere que em vez de se dizer “agarrar o touro pelos chifres”, se diga “pegar nas flores pelos espinhos“, por exemplo. Além disso, em vez de se “matar dois pássaros [o equivalente aos coelhos em português] com uma cajadada só”, a PETA pede a substituição desta expressão por “alimentar dois pássaros [coelhos] com um bolinho“.

Segundo o Público, aproveitando a carona, podemos adaptar uma infinidade de frases comuns na língua portuguesa.

No entanto, essa alteração de expressões não é recente. Pelo mesmo motivo que a associação invoca, já foram criadas alternativas a algumas músicas infantis. Para o popular “atirei o pau no gato”, sugere-se que se atire um peixe ao felino.

Será o peixe a solução pet-friendly para essa música popular ou seria um exagero considerar que o “pau” torna essa letra uma linguagem anti-animal? Nas redes sociais, o assunto já está é debatido. Por aqui, ficamos com a certeza de que, pelo menos nessa versão da música, o gato não passa fome.

Ciberia // ZAP

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